A análise dos pigmentos da semente de urucum – Parte I
A safra começou e o momento é de comercialização das sementes. A maioria das empresas tem comprado as sementes considerando a concentração de “bixina”. Bixina é o nome dado ao principal pigmento das sementes de urucum e sua concentração é o melhor indicativo da qualidade da semente. Mas é na hora de avaliar os resultados das análises das sementes que começam a aparecer as dúvidas. Diferentes laboratórios têm apresentado resultados diferentes para o mesmo lote de sementes. Por que isso acontece? Qual valor é o correto? Como interpretar esses resultados? Vamos tentar em algumas postagens esclarecer um pouco esse assunto.
O primeiro cuidado deve ser tomado com a amostra que está sendo enviada para análise. Esse cuidado deve ser observado tanto com a quantidade de sementes enviadas para o laboratório até com o tipo de embalagem e o transporte dessas sementes. Lembre-se que nem todas as plantas (sementes) apresentam a mesma concentração de bixina. Portanto, faça uma amostragem de várias partes do lote que você deseja avaliar para que a amostra seja representativa. Se for enviar para mais de um laboratório, utilize a mesma amostragem. Esse cuidado elimina uma das principais causas de divergência de resultados.
Outro cuidado bastante importante é com a embalagem e o transporte dessas amostras. Lembre-se que os pigmentos ficam na superfície das sementes e além de serem sensíveis a luz eles podem ser removidos pelo atrito das sementes com o material da embalagem. Um bom tipo de embalagem é o vidro, que deve ser totalmente preenchido com as sementes de forma a minimizar o atrito entre elas e com o material da embalagem. Além disso, procure utilizar um vidro escuro ou cubra o vidro com papel alumínio ou qualquer outro tipo de material que iniba a incidência de luz diretamente nas sementes. Tome o cuidado de identificar corretamente cada amostra.
Tomando todos esses cuidados com a amostragem podemos minimizar um dos principais problemas que ocasionam divergências de resultados entre diferentes laboratórios. Mas ainda temos outros fatores a considerar como: a metodologia analítica utilizada, a forma da expressão dos resultados, o erro inerente ao processo analítico, entre outros. Mas vamos deixar esses esclarecimentos para a próxima postagem.