CURIOSIDADES
VOCE SABIA?
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A palavra "urucum" tem origem na língua tupi-guarani (uru-cu) e significa "vermelho".
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O urucum também é conhecido no Brasil por outros nomes como urucu, açafrão, açafroa e açafroeira-da-terra.
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Na língua espanhola o urucum é chamado de "achiote" e em inglês de "annatto".
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A primeira referência ao urucum pode ser atribuída à carta em que Pero Vaz de Caminha relata o descobrimento do Brasil ao Rei Dom Manuel, em 1º de Maio de 1500.
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Os Astecas, civilização que se desenvolveu entre os séculos XIV e XVI, onde hoje é o México, misturavam o corante de urucum com cacau para produzir uma bebida com a aparência de sangue humano e a utilizavam em seus rituais.
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O urucum foi o primeiro corante vegetal a ser comercializado em larga escala com a Europa. Em 1644 mais de 15 Toneladas de sementes foram enviadas para a Europa a partir do Porto de Vera Cruz no México.
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O colorau ou colorífico conforme o conhecemos hoje é resultado de falta de sementes de urucum no passado. Para atender o mercado, os produtores de colorau adicionaram farinha de milho à semente moída. Essa alteração foi bem recebida pelo consumidor e, a partir de então, o colorau passou a ser uma mistura dos pigmentos das sementes de urucum com farinha de milho.
COLEÇÃO DE URUCUM
O Instituto Agronômico de Campinas - IAC - mantém no Polo Regional Centro Norte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - APTA - no município de Pindorama, SP um banco de germoplasma de Urucum com 62 acesso. Essa coleção tem sido utilizada para diversos estudos por diferentes áreas de pesquisas.
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CARPELOS
Carpelos são estruturas onde se desenvolvem as sementes do fruto. A grande maioria das cachopas de urucum apresentam dois carpelos ou seja são separadas em duas partes, porém algumas cachopas apresentam três carpelos . Essa forma de cachopa tricarpelar geralmente não apresenta um maior número de sementes por cachopa.
O URUCUM ALÉM DA COR VERMELHA
O urucum vem adquirindo notoriedade por também conter outras substâncias de importância para a saúde do homem, como os tocotrienóis (uma das formas da vitamina E) e o, geranilgeraniol, uma substância com comprovada ação analgésica e no combate a alguns tipos de câncer. Esses compostos poderão, em um futuro próximo, explicar grande parte das propriedades farmacológicas tradicionalmente atribuídas ao urucum como anti-inflamatório, expectorante, febrífugo, cicatrizante e repelente de inseto, entre outras.
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Cachopa bicarpelar
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Cachopa tricarpelar
A ATIVIDADE REPELENTE DO URUCUM A MOSQUITOS COMO O Aedes aegypti
A atividade repelente sobre insetos de extratos de sementes de urucum é fartamente citada na literatura mas apenas recentemente essa propriedade tem chamado a atenção, principalmente pelo recrudescimento dos problemas apresentados por vetores de doenças como o Aedes aegypti.
Uma patente obtida por Carvalho (2016) estabeleceu um um processo de obtenção de uma fração com atividade repelente extraída de sementes de urucum. A vantagem da técnica patenteada por Carvalho é a obtenção de um extrato contendo as substâncias com atividade repelente ao Aedes aegypti, a partir de sementes de urucum, sem a utilização de solventes orgânicos e sem a presença dos pigmentos carotenóides característicos dessas sementes. A atividade repelência foi confirmada pela avaliação conduzida com fêmeas de mosquitos Aedes aegypti (linhagem Rockefeller) com 2 a 3 dias de idade. Esse estudo indicou uma taxa de proteção de 99,59% ± 0,72%, por um período de 4 horas.
A HISTÓRIA DO URUCUM
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A palavra urucum tem origem na linguagem Tupi-Guarani transliterado “uru-ku” e significa “vermelho”. Seu nome científico, “Bixa orellana L”, foi dado em homenagem a Francisco de Orellana (1490-1546), um membro da expedição de Francisco Pizarro e o primeiro explorador espanhol que navegou o rio Amazonas. A ampla distribuição geográfica dessa planta fez com que ela fosse conhecida por vários nomes. No Brasil também é conhecido por nomes como urucu, urucum, urucu-uva, urucu-bravo, açafroa e bixa, além de nomes indígenas como ahitê, nukirê, bixe e bixá. Na América espanhola o urucum é conhecido como achiote, anoto, achote, onotto, onotillo, roekoe, schirabaeli, koessewee, koesowe, bija, cacicuto, uruca, achiotillo, arnotto, arnolta, roucou, chancaguarica, kuxub, achihuiti, achiti, shambu, huantura, atta, santo domingo, analto e guajachote. Na Espanha tem o nome de bija, na França de rocouyer, na Alemanha de orlenasbaum, na Itália, Inglaterra e Estados Unidos de annatto e na Índia como lathan ou kolssewil (CARVALHO, 1989; CORREA, 1975; MARTORELL, 1975; SANTOS, 1958).
Desde os tempos mais remotos, os habitantes das Américas Central e do Sul empregavam a porção corante das sementes de urucum para tingir de vermelho seus artefatos de caça, pesca, vestimentas, enfeites de guerra e o próprio corpo.
A primeira referência ao urucum pode ser atribuída a Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei de Portugal Dom Manuel informando a descoberta do Brasil. Diz em um trecho da carta: “E segundo diziam esses que lá tinham ido, brincaram com eles. Neste dia os vimos mais de perto e mais à nossa vontade, por andarmos quase todos misturados: uns andavam quartejados daquelas tinturas, outros de metades, outros de tanta feição como em pano de ras, e todos com os beiços furados, muitos com os ossos neles, e bastantes sem ossos. Alguns traziam uns ouriços verdes, de árvores, que, na cor, queriam parecer de castanheiras, embora mais pequenos. E eram cheios duns grãos vermelhos pequenos, que, esmagando-os entre os dedos, faziam tintura muito vermelha, de que eles andavam tintos. E quanto mais se molhavam, tanto mais vermelhos ficavam”. Esse relato descreve a cachopa (“...traziam uns ouriços verdes, que na cor queriam parecer de castanheiras, embora mais pequenos.”) e as sementes do urucum (“... cheios duns grãos vermelhos pequenos, que, esmagando-os entre os dedos, faziam tintura muito vermelha...”).
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